Por Altamir Pinheiro
No começo dos anos 1960 e meados da década de 1970, Wilson Simonal foi um gigante, como foi Elis Regina entre as mulheres. Seus maiores sucessos foram “País Tropical“, “Sá Marina“, “Nem Vem que Não Tem“, “Mamãe ou Açúcar em Mim” e “Tributo a Martin Luther King“. Morreu relativamente jovem com apenas 62 anos em junho do ano 2000 no Hospital Albert Einstein. o "rei do suingue", foi vítima de falência múltipla dos órgãos em decorrência de doença hepática(cirrose). O velório, a familiares e convidados, foi um reflexo do isolamento que Wilson Simonal viveu nas últimas décadas de 80 e 90. O intérprete de "Meu Limão, Meu Limoeiro" dizia ter sofrido boicote da mídia e dos artistas esquerdinhas. Como se sabe, a esquerda não anistia nem perdoa. Se preciso, mata outra vez...
Em sua carreira, Simonal gravou 36 discos. O último, "Brasil", foi lançado em 94. Ele Chegou aonde nenhum outro negro de sua época havia chegado. Estava ali, pau a pau com Pelé, de quem ficou amigo e com quem conviveu durante os meses que antecederam a Copa do Mundo de 1970. Ele foi o maior cantor de seu tempo. Rivalizava com Roberto Carlos em número de discos vendidos e de fãs. influenciado uma geração de cantores e compositores, entre os quais Jorge Ben, que Simonal elevara a um novo patamar com o sucesso de “País Tropical”, e Caetano Veloso, que transformara um bordão frequentemente repetido por Simonal em título de uma de suas canções mais famosas: “Alegria, Alegria“.
Em um episódio bastante obscuro, Simonal foi acusado de dedurar o próprio contador e contribuir para sua prisão ilegal — e, portanto, para os maus tratos a que foi submetido no cárcere —, Simonal já era tachado de alienado, ou adesista, ou conivente com o regime, pelo simples fato de continuar fazendo sua pilantragem num momento de polarização política que obrigava os artistas a também protestar. Os boatos de que outros artistas tidos como subversivos teriam sido denunciados à polícia por Simonal contribuíram para tornar sua carreira errática e lançá-lo ao ostracismo.
Na verdade, Simonal teve om final muito triste para quem conheceu a fama em sua plenitude. Vítima dos comunistas que fizeram calúnia contra ele. Aliás, o que era bem comum na época. A esquerda é cruel e maligna, acabou com a vida do cara, e na época não tinha internet para ele mostrar a verdade. Resultado: infelizmente foi abafado e esquecido. Foi execrado e ostracizado pela própria classe artística dita "progressista" da época, perseguido pela polícia do pensamento do eixo máfia do DENDÊ/LEBLON.
Essa turma está aí, juntos são os mesmos que hoje continuam ostracizando e perseguindo com a ditadura do politicamente correto e do pensamento único, os hipócritas não mudaram nada. Acabaram com a carreira de um dos mais carismáticos e talentosos artistas do Brasil, um monstro dos palcos, entrava e dominava a plateia com maestria ímpar. Simonal, apesar de financeiramente equilibrado, morreu precocemente angustiado, amargurado, desgostoso. Por excesso de bebida alcoólica encantou-se precocemente e a causa mortis foi cirrose.
Além dos artistas, os que militam no campo progressista, como também muitos jornalistas ainda hoje escrevem acusando Wilson Simonal de “informante” do Dops. Porém, como protesta o melhor jornalista do país, na atualidade, Reinaldo Azevedo, quando teima em indagar: como é que um repórter e uma edição podem tascar em alguém a pecha de “informante”, de dedo-duro, sem dizer, afinal de contas, quem foi que ele dedurou">